quarta-feira, 28 de julho de 2010

“As folhas do cedro”, Drama familiar fala da imigração Libanesa




Retornar as origens, buscar e descobrir, em meio ao passado distante, uma nova faceta de seus antepassados. Esse é o ponto de partida que Samir Yazbek, autor e diretor do espetáculo “As folhas do cedro”, fez para escrever esse drama familiar. Filhos de Libaneses, Samir, após concluir o texto decidiu visitar o Líbano, essa visita, além de agregar mais riquezas ao seu trabalho ainda lhe proporcionou um conhecimento maior sobre a história de seus pais.

Se para o autor essa viajem lhe proporcionou um esclarecimento sobre seu passado, para o texto foi uma contribuição ainda melhor, pois trouxe um pouco mais do universo Árabe para a peça, como suas danças, modo de se vestir, falar e todo um conceito de viver que é diferente do nosso.
Na peça um Libanês, que mora em São Paulo, decidi ir para a Amazônia em busca de trabalho na construção da estrada Transamazônica, durante o período da ditadura militar, com isso deixa filhos e mulher em busca de ganhar dinheiro e poder voltar para a esposa, mas não é bem assim que acontece, ele acaba se interessando por uma índia e fica meses sem dar noticias para sua mulher que num ato de desespero, deixa os filhos em São Paulo e vem em busca do marido.



A partir disso o drama fica mais focado na situação da mulher traída, interpretada muito bem, por sinal, por Daniela Duarte. A peça mostra toda fragilidade e ao mesmo tempo a força de uma mulher que foi “tirada” de seus pais com promessas de uma vida melhor e que acabou sendo abandonada a própria sorte.


Na montagem o diretor também buscou referências no teatro Nô, no qual toda a parte de encenação é feita dentro de um circulo de areia feita no inicio da peça pela narradora que a todo tempo participa das cenas, apesar de ser a filha que ainda nem nasceu.

“As folhas do cedro” é um bom drama no qual cumpre seu papel, de fisgar o espectador, e nos faz refletir em como, às vezes, somos tão egoístas com as outras pessoas.

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