segunda-feira, 18 de outubro de 2010

RockAntigona, tragédia grega fala dos sentimentos humanos



Como lidar com os sentimentos humanos mais cruéis como a vingança, o ódio a cobiça e a ganância pelo poder? RockAntignona, espetáculo em cartaz no Sesc Santana, fala um pouco sobre esse universo. Dirigida por Guilherme Leme, a adaptação da tragédia de Sófocles, conta a história a partir da morte de Édipo, que depois de saber que matará o próprio pai e casara com a mãe, se exila de seu reino, Tebas, até agonizar com a morte.


Antigona filha de Édipo fruto do casamento com mãe e filho, ao voltar para Tebas se vê em uma verdadeira guerra. Seus dois irmãos estão brigando para decidir quem vai governar Tebas, e a batalha sangrenta acaba com a morte dos dois. Com isso  seu tio, Creonte, passa a ter o poder no reino e, é aí que os problemas de Antigona começam a se complicar.

Luís Mello como Creonte
Dominado pelo poder e a cobiça Creonte passa a governar Tebas com tirania, despertando o ódio de muitos tebanos e até mesmo da própria Antigona que se vê obrigada a obedecer as novas leis impostas por seu tio. Ao desobedecer a um imposição de Creonte no qual não a deixava enterrar o corpo de um de seus irmãos, Antigona resolve quebrar todas as regras impostas tio e enfrentá-lo, fato que acaba a condenando a própria morte.

Além de enfrentar a desobediência de Antigona, Creonte ainda tem que tentar convencer seu filho Hêmon, noivo de Antigona, a esquecê-lá. Hêmon além de não obedecer ao pai ainda abandona as forças do exercito para tentar convencer o pai a não condenar Antigona, mas já é tarde Antigona se sacrifica em nome de Tebas e antes de morrer ela diz que isso seria só o começo das desgraças que ocorreriam na vida de Creontes. Hêmon ao saber da morte da amada também se sacrifica, o povo de Tebas se revolta contra a tirania de Creontes e decide tirá-lo do poder. Creonte acaba só em sua sala, refletindo a tudo que fez e as atitudes que poderiam ter sido evitadas, como a morte do próprio filho.

A peça conta com uma linguagem simples e de fácil entendimento, por se tratar de uma trgédia grega. O diretor, Guilherme Leme, optou por fazer um espetáculo mais atual com figurinos  que se mostram pesados como jaquetas costuradas por alfinetes e ao mesmo tempo leves como o vestido de Antigona. O cenário também era simples embora significativo contava apenas com uma grande mesa, uma cadeira de executivo, persianas e um caminho feito com pedras no qual Antigona se sacrificou.
O som embalado por rock, daí o nome "RockAntigona" deixou a peça com  um ar mais moderno e cotidiano e fez sair um pouco dos estereótipos das tradicionais tragédias gregas.

RockAntigona fica em cartaz no Sesc Santana até 14/11.

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